quarta-feira, 8 de maio de 2013

Somos amadores chamados de profissionais?

O título é propositalmente provocativo. Embora somos considerados profissionais desenvolvedores de software (analista, engenheiro, etc...), eu observo, dia após dia, como somos ainda amadores no que fazemos.

Vamos, antes, a definição do termo amador (grifo meu):

Amadorismo é o nome dado ao desempenho de uma atividade profissional por pessoas sem conhecimento avançado do assunto e utilizando equipamentos e técnicas não-profissionais.

Se você utiliza-se de algum método ágil de desenvolvimento (Scrum, Kanbam, XP, etc), a equipe de desenvolvimento ganha uma grande (e necessária) liberdade. Liberdade esta essencial para a construção de um software que atenda as necessidades dos usuários, com o risco compartilhado entre o cliente e a empresa de desenvolvimento. Sendo a área de programação uma criança aprendendo a andar, os métodos ágeis já provaram ser o que temos de melhor para construção de um software atualmente.

Só que toda esta liberdade é confundida com libertinagem, e fazemos isto de uma forma inconsciente. Não é porque o desenvolvimento está livre de processos rígidos e desnecessários que devemos abandonar uma mínima organização e preparação.

Deixar de usar ferramentas que:

  • auxiliam no controle das versões;
  • controlam quais funcionalidades foram e estão sendo desenvolvidas;
  • procuram bugs;
  • executam automaticamente os testes;
  • etc;

Ou deixar de lado uma organização que poderia:

  • definir um padrão de nomenclatura para nomes de classes, métodos, ações do sistema;
  • crie um glossário dos termos mais comuns a serem utilizados;
  • centralizar as dúvidas e soluções para problemas comuns de ambiente ou tecnologia;
  • etc;

Estaremos abrindo mão da qualidade, não tenha dúvida. Abordaremos cada um destes itens aqui no blog no futuro.

Você pode estar irritado em eu levantar a possibilidade que fazemos um trabalho amador e nem nos darmos conta disto. Com experiência e maturidade, naturalmente aprendemos muito e passamos por diversas situações. Você, pode não ser amador e saber o tamanho da responsabilidade do seu código dentro do sistema. Mas e o programador novato ao seu lado? O restante da sua equipe? Sua empresa? E o seu chefe?

Nos próximos posts, vou comentar como cada um destes papéis citados anteriormente contribuem com a construção de um software de forma amadora, onde a qualidade certamente ficará aquém da desejada. Assim que terminar esta espécie de panorama da situação que muitas equipes estão com relação a qualidade do software que desenvolvem, partiremos para a parte técnica.

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